Quinta-feira, 23 de Fevereiro de 2006
ei, gosto do teu néctar
publicado por zéoliveira às 22:54
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Domingo, 19 de Fevereiro de 2006

tudo morre, mas mesmo tudo morre
em cada um, átomos de estrelas mortas
a semente desta breve passagem, que diligentemente perpetua o conjunto dos cadáveres
acabo de perceber que estou mesmo cansado disto
do fel a que tem sabido tudo isto
da dor que se sente em tudo isto
subsiste no entanto a questão essencial, há falta de melhor ideia, vamos existindo
Folha de papel, branca, muito branca, corta ser isto, todos lá podem escrever (em mim). E rasgar (em mim) e cortar sadicamente com uma tesoura ou uma faca (em mim). Esporadicamente em mim escrevem palavras que vale a pena gritar até ao fim, outras vezes babam-se de forma crua e sem gosto. Outras vezes que me lamberam e cortaram a língua, outras rasgaram-me por dentro com a saliva e o amor quente de me meterem na boca.
Não interessa muito se podia ser uma outra natureza, agente vive a vida que nos dão para viver.
Mas pode-se sempre imaginar que está tudo já escrito, que não se pode apagar para começar tudo outra vez, fica-se sem saber como seria.
Sexta-feira, 10 de Fevereiro de 2006
morrer a ver. morrer a ver. morrer a ver. morrer a ver. morrer a ver. MORRER
ver-te morrer a ver-me. ver-te morrer a ver-me. VER-TE MORRER
viver e viver-te. viver e viver-te. viver e viver-te. VIVER-TE
publicado por zéoliveira às 19:21
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Porque é que arrastamos o vazio por aí?
Porque é que somos invólucros dos outros?
Dias em que nos habituamos a estar assim, com o desejo saciado.
Dias em que nos desgosta a inquietação animal de não saber onde parar.
E tu que és assim como eu.
Eu vejo o que tu és todos os dias em que estás e em que foges.
E a força com que te vais só é superada pela vontade com que voltas.
Se não se encontra equilíbrio nisto... demasiado dinâmico?
É talvez uma forma deformada de passar pela vida esta de agora.
Before you come to any conclusion, try walking in my shoes
publicado por zéoliveira às 19:11
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