Segunda-feira, 30 de Outubro de 2006
Se eu por acaso (te vir por aí)
Se eu, por acaso te vir por aí
Passo sem sequer te ver
Naturalmente que já te esqueci
E tenho mais que fazer
Quero que saibas que cago no amor
Acho que fui sempre assim
Espero que encontres tudo o que quiseres
E vás para longe de mim.
Se por acaso (me vires por aí)
Se por acaso me vires, por aí
Disfarça, finge não ver,
Diz que não pode ser,
Diz que eu morri
Num acidente qualquer
Conta o quanto quiseste fazer
Exalta a tua versão,
Depois suspira e diz que esquecer
É a tua profissão
JP Simões
Domingo, 29 de Outubro de 2006
O mar a arder. Triângulos assassinados no céu. O sol preso nos destroços dos aviões. Os disparates a fazer fila na portagem da ponte.
E alguns de nós a beber tequilha velha como se o Mundo fosse real e sólido.
Não saias por aquela porta, deixa-te estar aqui a beber.
publicado por zéoliveira às 16:30
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Domingo, 22 de Outubro de 2006
às vezes emociono-me por tudo e por nada
às vezes sento-me calmo a olhar para amanhã
às vezes o mundo é um lugar plano e com verdade
e a culpa, a desculpa, o gatilho, és tu, tu, e também tu, que estás aí.
Quinta-feira, 19 de Outubro de 2006
afinal talvez não seja um cão, o amor.
optimismo desritmado, exagerado e irrealista.
talvez os sons sejam como os cães, as pessoas e o amor.
desritmados, exagerados, irrealistas.
cães perdidos, amores disléxicos, pessoas com pulgas?
amores com pulgas, cães disléxicos, pessoas perdidas?
se aquela bateria soubesse tocar-se sozinha e fazer sons ritmados,
seria isso amor? ou masturbação instrumental?
em vez de bateria passaria a ser cão, que se lambe?
como o amor e as suas pulgas.

no séc XIX o exército do Lichtenstein avançou em direcção a Itália num acto de guerra. Foram 80 soldados, voltaram 81 à origem, porque fizeram um amigo pelo caminho.
publicado por zéoliveira às 00:20
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Terça-feira, 17 de Outubro de 2006
mais útil-social, mais contemporâneo, mais idas ao ginásio
mais racional, mais educado, mais lavado
mais afectuoso, encantador, seguramente seguro
menos demente, menos doente,
menos obsessivamente qualquer coisa
menos, nunca, apaixonado por nada
o objecto do afecto
o abjecto do afecto
a morte do suor e de tudo o que cheire
publicado por zéoliveira às 17:37
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Domingo, 15 de Outubro de 2006
Vamos dançar com o escuro?
Vamos dançar de olhos bem fechados?
Vamos perder o pé, ter vertigens, sentir o vazio do estômago?
Vamos ouvir 10 vezes o karma police e acreditar como se fosse verdade?
Vamos fugir só hoje da luz e do sol...
Fazer um intervalo nos todos-os-dias-de-sol-e-sorrisos-e-gelados
“Karma police, arrest this man, he talks in maths
He buzzes like a fridge, hes like a detuned radio
Karma police, arrest this girl, her hitler hairdo, is making me feel ill”
publicado por zéoliveira às 16:58
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Segunda-feira, 9 de Outubro de 2006
seria urgente que alguém viesse de corda ao pescoço, penitenciar-se.
Porque sim.
seria importante que se levantasse a tempestade para varrer tudo das largas ruas.
E desertas.
seria decisivo que as marés vivas subissem só mais uns centímetros.
Metros ainda melhor.
Ou uma hipótese alternativa mais doce e quente e tudo:
É realmente fundamental que venham as pequenas coisas que nos alimentam a sede. Pequenas coisas.Vento forte do Norte. Sol bem alto. Música.
Pequenas coisas de facto. Como eu.
Domingo, 1 de Outubro de 2006
a pensar no caminho salta uma ideia não sei de onde. e se NUNCA MAIS TE VISSE? exceptuando quando tenho os olhos a dormir, mas aparte as excepções, que de momento só a ideia essencial importa: se NUNCA MAIS TE VISSE! que diferença faria para os dias que são hoje e os que hão-de vir ter connosco? nesta hipótese seria sem nosco, seriam os meus dias e possivelmente os teus, não teria forma de o saber em rigor porque NUNCA MAIS TE VIA. mas estava a pensar... consequências? é a memória de ti que me está a fazer devanear. mas respondendo, sem fugir, à dúvida que se colocou. a consequência de não ver o que se esconde atrás de um rosto... não existe porque não se vê o que escondes, o que te escondes, o que me escondes. mas ia-me fazer falta a bondade no teu rosto, se NUNCA MAIS TE VISSE.
publicado por zéoliveira às 16:12
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a ver se compro um sismógrafo de estados de alma. daqueles com um rolo de papel milimétrico com muitos metros. as oscilações dos apetites, alegrias, azias e etc. calcular períodos e freuqências disso tudo, para construir o teorema empírico e saber que... hoje é dia de ter os olhos varados de raiva do mundo, hoje é dia de ser o super-homem, ou hoje é dia confortável de existir.
publicado por zéoliveira às 16:08
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é quarto, nunca chega a ser metade. aqui dormi ontem centenas de horas. aqui ontem fiz sexo, talvez amor, às vezes nem uma nem outra por incompetência. aqui me masturbei contigo ou sozinho. aqui li os diário do torga. lembro agora que aqui também tive insónias, ao lado de uma pessoa que já era estranha mas eu nem sabia.
mas saudades, mais as de qualquer comboio da noite, sempre será um melhor quarto para isso tudo.
publicado por zéoliveira às 16:03
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