semi-estória 1
uma vez alguém teve um AVC a sério, em risco de ficar semi-vegetal o resto da vida, a mulher matou-se, atirou-se da janela, não suportava a ideia do resto da vida assim, a cuidar dele.
esse alguém recuperou quase totalmente... irónico? poético?
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semi-estória 2
uma vez alguém teve um cancro e o diagóstico era morrer, a mulher falava-lhe como a um morto, esse alguém fez um jantar para se despedir dos amigos, só o pai lhe dizia para continuar... acabou por viver.
disse à mulher que não podia viver com uma pessoa que o tinha visto como morto... e deixou a mulher.
Existem formas de nos olharmos, com tolerância e responsabilidade, sem a espada sempre erguida, com respeito pelos outros, pelos seus dilemas e modos de viver. Sem nos metermos na sua intimidade, sem expormos e infantilizarmos as pessoas. As gentes, a pessoas, nas suas decisões mais difíceis, íntimas, não precisam da moral alheia, das concepções filosóficas/teológicas. Precisam de ajuda, precisam de respeito, precisam que respeitem. Uma mulher grávida é uma mulher grávida, não é para tomar posse administrativa, ninguém pode decidir sobre uma mulher grávida nunca, mas nunca, a não ser ela. Porque uma mulher grávida é uma mulher livre. Livre e responsável. Como todos sempre! Os dilemas são dela, ajude-se, fale-se, apoie-se, mas não se tome posse do corpo! Não se assuma que somos fúteis, que tomamos decisões fúteis.
Por mim, serei sempre intolerante com a intolerância.
Ainda me lembro do argumentário usado, há bem pouco tempo, na questão do preservativo. Foi antes do meu tempo, mas suspeito que terá sido parecido quando apareceu a pílula. Agora volta com o referendo sobre a despenalização do aborto. É uma vida que está ali, sempre foi essa a questão, nesta discussão da Igreja. O preservativo era o demónio, com as mesmas razões que ouvimos agora… por causa da concepção, da vida que já não vinha.
A sexualidade, o direito à sexualidade não existe para a Igreja, mas nós não somos ovelhas, não somos animais. Não temos cio quando aparece a estação seca ou das chuvas. Não fazemos sexo por imperativos biológicos, para alargar o rebanho. O sexo é uma dimensão de nós para além de tudo isso.
AInda hoje, está a morrer um continente inteiro de SIDA, e a Igreja, que tanto faz lá para ajudar, consegue não ver a chacina que está a acontecer em África. Não consegue tomar a posição justa, combater a morte.
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